Como é a residência em neurologia, áreas de atuação e de trabalho
Segundo o Conselho Federal de Medicina, existem quase 500 mil médicos no Brasil. Agora que você é um deles, deve estar se perguntando qual especialidade seguir. Se esse for seu caso e quiser entender melhor sobre a residência médica em neurologia, vou te explicar aqui.
A seguir, você vai saber:
O que é a neurologia?
A neurologia é a parte da medicina que estuda o sistema nervoso central e periférico, incluindo os músculos. Um de seus expoentes mais famosos foi Jean-Martin Charcot, que ficou consagrado como pai da neurologia, tendo contribuído imensamente com suas descobertas.
É comum durante a graduação médica criarmos certa aversão por essa especialidade, tendo-na com o difícil ou repleta de doenças sem cura. E, embora não seja totalmente verdade, certamente trata-se de uma das mais complexas especializações na medicina.
Por isso mesmo, a rotina do neurologista é baseada em muito estudo e diagnósticos muitas vezes difíceis, o que pode torná-la ainda mais apaixonante. Anamnese e exame físicos criteriosos são condições sine qua non para um diagnóstico preciso. Porém, inúmeras vezes eles não serão suficientes, fazendo-se necessária propedêutica armada com exames complementares para o auxílio do neurologista.
As doenças tratadas pelo neurologista
As doenças neurológicas acometem o sistema nervoso central (encéfalo, medula espinhal, líquido cefalorraquidiano e meninges), o sistema nervoso periférico (raízes nervosas e nervos periféricos) e músculos. Com isso, são inúmeras as patologias tratadas, sendo uma das mais conhecida o acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC é a segunda principal causa de óbitos no mundo. Ainda, entre as 10 doenças que mais matam, figura também o Alzheimer e outras demências, mostrando a relevância da neurologia para a saúde pública. Cefaleia, Parkinson, meningites, encefalites, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica são outros exemplos de patologias neurológicas. Por isso, existem também diversas áreas de atuação, como veremos a seguir.
Áreas de atuação do neurologista
Diversas são as possibilidades de atuação do neurologista após finda a sua residência, dentre elas:
- Neurologia vascular
- Dor e cefaleia
- Neurofisiologia
- Distúrbios do sono
- Distúrbios do movimento
- Cognição e demências
- Neuro-imunologia
- Neuro-oncologia
- Neuro-vestibular dentre outras.
Ao neurologista também está reservada a possibilidade de oferecer exames complementares, após capacitação adequada, como doppler transcraniano, eletroencefalograma e eletroneuromiografia por exemplo.
Remuneração e mercado de trabalho
O neurologista é um profissional amplamente requisitado no país. Embora sua distribuição demográfica não seja uniforme, com maiores concentrações na região sul e sudeste, ainda há mercado de trabalho para o profissional. A remuneração média do especialista para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais era de R$6.028,00 em maio de 2020.
Embora muitos sonhem em ter seu consultório particular, inicialmente essa não é a alternativa mais vantajosa. Para o início da carreira, assim como em várias outras especialidades, ficam reservados os plantões como especialista, incluindo em Unidades de AVC.
Por que a neurologia é especial?
Provavelmente em nenhuma outra especialidade é possível empregar tão bem a arte do diagnóstico médico. Na neurologia, a partir dos sinais e sintomas chegamos ao diagnóstico sindrômico. Adicionando-se a neuroanatomia e neurofisiologia, provemos o diagnóstico topográfico, que é essencial para o neurologista! Só então chega-se ao diagnóstico etiológico, sendo esse trajeto muitas vezes um verdadeiro desafio para o médico.
Portanto, se vocês gosta de desafios, muito raciocínio clínico e exame físico minucioso, este será o seu mundo!
Texto por Dr. Matheus Trilico, Neurologista formado em medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA) e com residência em Neurologia pelo Hospital de Clínicas da UFPR (Curitiba-PR)
Saiba também com funciona as especialidades médicas que têm acesso direto para a residência médica, como é o caso da residência em neurologia.
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