Como proteger profissionais de saúde contra a Covid-19
Em vídeo publicado nas redes sociais, dirigido especialmente a médicos, estudantes de medicina e a todos os profissionais de saúde, com destaque para o pessoal da enfermagem, o médico pneumologista e doutor em Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Júlio Abreu, alerta para as medidas consideradas prioritárias para a proteção dos profissionais de saúde frente à possibilidade de uma epidemia causada pelo SARSCoV-2 (novo coronavírus).
Embora os casos até agora confirmados ou suspeitos da Covid-19 sejam importados, isto é, foram contraídos fora do país não havendo comprovação de casos locais, existe uma situação potencial para que a doença venha a se disseminar dentro do país, devido ao seu alto poder de transmissibilidade do SARSCoV-2 .
Como fica a saúde dos profissionais que estão ou estarão na linha de frente para o atendimento das pessoas infectadas?
O médico Júlio Abreu, que é coordenador médico educacional do curso Revisamed, alerta para medidas que vão além da assepsia das mãos com água e sabão e álcool.
Segundo ele, a medida fundamental é o uso de máscara que cubra o nariz e a boca pelos indivíduos que possam estar infectados. Pacientes sintomáticos respiratórios devem usar máscara no ponto mais inicial possível do seu atendimento na unidade de saúde, seja ambulatório ou consultório, público ou privado.
Desta forma, destaca o médico, não só os profissionais de saúde estarão mais protegidos como a população em geral.
“Como nós sabemos, a Covid-19 é uma virose respiratória com alto potencial de transmissibilidade. Portanto, a primeira linha de defesa precisa ser a de diminuir a propagação da doença a partir das pessoas infectadas.
Quanto mais precocemente prevenir a disseminação das gotículas respiratórias, que são mecanismos de transmissão, teremos mais capacidade de reduzir o contágio de outras pessoas.
A lavagem das mãos e a limpeza com álcool gel é justamente para evitar que as pessoas entrem em contato com estas gotículas que foram liberadas pelos pacientes contaminados.
Para diminuir a liberação destas gotículas é fundamental o uso de máscaras nos pacientes sintomáticos respiratórios.”
Atuação dos profissionais no ambiente de saúde
No ambiente de saúde, a partir do momento que o paciente chegar sintomático respiratório, ou seja com sintomas de vias respiratórios alta – coriza, congestão nasal, espirros, dor de garganta – ou com sintomas de comprometimento de vias aéreas inferiores – tosse , expectoração e presença de dispneia – precisa receber máscara comum.
A máscara deve ser mantida pelos pacientes que estão com a doença desde o início dos sintomas até 14 dias depois, porque se pode ter uma transmissão da doença mesmo depois que o paciente esteja bem.
No vídeo, o médico Júlio Abreu destaca que esta é uma medida que precisa ser priorizada de maneira absoluta: todas as unidades de saúde precisam estar preparadas para fazer a triagem e fornecer a máscara para os pacientes sintomáticos.
“ Isto vai diminuir a transmissão da doença para os profissionais de saúde e dentro da unidade de saúde,” considera.
Coleta de secreções e contato com pacientes graves
Medidas fundamentais para impedir a propagação da Covid-19 também precisam ser adotadas pelos profissionais de saúde que estejam envolvidos na coleta de secreções respiratórias para a realização de procedimentos diagnósticos.
Da mesma foram, os profissionais que eventualmente venham a relacionar com o paciente que tenha desenvolvido doença grave e que, inclusive, precisem de respiração mecânica. Nestes casos, os profissionais devem usar máscara N95 e óculos de proteção. (Veja Cartilha de Proteção Respiratória contra Agentes Biológicos para Trabalhadores de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
Veja abaixo o vídeo na íntegra:
Leia também artigo publicado pelo pneumologista Júlio Abreu: “Da China para o mundo”. Acompanhe o Blog Revisamed e fique por dentro de todas as notícias, informações da área médica e da saúde.