Interação Neuroendócrina

Compreender a interação neuroendócrina é super importante nos estudos sobre o sistema endócrino. Isso porque grande parte das ações endócrinas é mediada pelo sistema nervoso. Esta interação permite que a homeostase seja mantida, involuntariamente, por meio de funções viscerais.

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Interação Neuroendócrina

Funções involuntárias são aquelas que independem da vontade ou do controle do indivíduo. Essas funções também são nomeadas como “reflexos”. Tais reflexos, por serem respostas, são desempenhados por músculos.

Quando nos referimos a músculo esquelético, as vias envolvidas estão compreendidas pelo sistema nervoso somático. Por outro lado, quando as respostas são observadas em órgãos, glândulas ou vasos sanguíneos, os músculos responsivos são músculos lisos e o sistema nervoso mediador é o visceral.

Com essas informações já é possível desconfiar que a ação das glândulas é modulada, em parte, pelo sistema nervoso visceral. Essa modulação que chamamos de interação neuroendócrina.

Outro ponto extremamente importante é que os reflexos se dão pela atuação conjunta de vias aferentes (sensoriais) e eferentes (motoras). Por exemplo, a secreção de um hormônio só acontece porque há um estímulo sensorial percebido (aferido) que, uma vez que alcança o sistema nervoso, desencadeia uma resposta motora (eferente), resultando em liberação hormonal e contração muscular lisa.

A figura abaixo ilustra as vias aferentes e eferentes formadas pelos sistemas nervosos somáticos e viscerais, respectivamente.

Sistemas nervosos e viscerais

Antes de discutir qualquer especificidade da interação neuroendócrina, há de se apresentar talvez a mais importante relação entre sistema nervoso e sistema endócrino, o eixo hipotálamo-hipotálamo-hipofisário, que influencia diversas glândulas.

Inicialmente, convido você a conhecer melhor as estruturas que constituem esse eixo. Partindo do hipotálamo, importante centro nervoso receptor de informações sensoriais e modulador de comportamentos motivacionais, destaca-se que esta região do diencéfalo é constituída por núcleos formados por neurônios que secretam neurosubstâncias variadas.

As neurosubstâncias são direcionadas à hipófise. A hipófise é considerada a glândula mestre por alguns pesquisadores. Isso porque, sob influência das neurosubstâncias do hipotálamo, secreta diversos hormônios que, uma vez liberados na circulação sanguínea, produzem seus efeitos fisiológicos em várias glândulas. Localizada no diencéfalo e ligada ao hipotálamo por meio do infundíbulo, estruturalmente e funcionalmente, a hipófise é dividida em 2 regiões: adenohipófise (anterior) e neurohipófise (posterior).

Por adenohipófese se entende-se a região glandular propriamente dita. Formada por diversos conjuntos de células endócrinas, capazes de produzir hormônios. Já a neurohipófese é uma região em que terminam os prolongamentos dos neurônios hipotalâmicos e na qual são liberadas as neurosubstâncias produzidas no hipotálamo.

Hipotálamo

A adenohipófise produz 6 hormônios peptídeos, enquanto a neurohipófise secreta 2 neurosubstâncias peptídeas. A produção e secreção das duas porções da hipófise dependem da estimulação hipotalâmica. Por isso, usamos a nomenclatura eixo-hipotalâmico-hipofisário. É necessária a ação coordenada dessas estruturas e substâncias, em etapas, para que os efeitos fisiológicos sejam observados nas glândulas e, por m, nos órgãos alvo.

A figura abaixo resume a sequência de eventos do eixo, interagindo com as glândulas estimuladas.

Observe o seguinte: para que cada glândula periférica possa ser estimulada, é necessário que o hipotálamo produza e secrete pelo menos uma substância peptídea. No caso da adenohipófise, as substâncias produzidas nos núcleos hipotalâmicos são liberadas na circulação porta da hipófise se e são direcionadas para a região anterior. Ao se ligarem às células endócrinas específicas, em que tem a capacidade de estimular a produção hormonal, conseguem produzir seu efeito de estimular a secreção dos hormônios hipofisários. Estes, por sua vez, serão transportados pelo plasma e distribuídos pela circulação sanguínea, até que alcancem a glândula periférica específica e que possam produzir o efeito fisiológico esperado. Na neurohipófise, o processo é mais simples. Apenas 2 substâncias são secretadas. E, na verdade, elas são produzidas pelo hipotálamo. Isso porque na neurohipófise não há células endócrinas produtoras de hormônios. Nesta região há apenas as terminações nervosas hipotalâmicas. Agora, o que você precisa entender a respeito do eixo é a parte neoral. Ou seja, o desfecho nos órgãos alvo. Esses órgãos podem ser glândulas periféricas, como é o caso das glândulas mamárias, da tireoide, do córtex da adrenal e das gônadas. Ou então, os órgãos alvo podem ser outros tecidos periféricos, por exemplo, o sistema muscular. Atendendo a este último exemplo, vale ser detalhada a participação do eixo na produção e nos efeitos fisiológicos do hormônio do crescimento, ilustrada na figura abaixo.

Participação do eixo na produção e nos efeitos fisiológicos do hormônio do crescimento

Até a sua produção e a sua secreção pela adenohipófise, o hormônio do crescimento apresenta as mesmas etapas do eixo que outros hormônios hipofisários apresentam. No entanto, uma vez liberado na circulação sistêmica, o hormônio do crescimento terá atuação diferente dos demais. A principal diferença consiste no fato de o hormônio do crescimento agir diretamente no sistema alvo, sem antes precisar estimular outra glândula a produzir hormônios. Por isso, os efeitos fisiológicos do hormônio do crescimento podem ser observados em diversos tecidos, simultaneamente, logo após a secreção hipofisária.

O principal efeito fisiológico observado será o crescimento de tecidos moles e de ossos. Este crescimento é possibilitado pelo aumento da síntese proteica, da mobilização energética, resultando em aumento do tamanho das células.

Como vimos, as substâncias da neurohipófise, hormônio antidiurético e ocitocina, também produzem efeitos fisiológicos importantes. A produção e secreção desses hormônios são estimuladas por informações aferentes sobre as condições do meio interno e são motivadas pelo objetivo de manutenção da homeostase da sobrevivência.

O hormônio antidiurético é produzido com o objetivo de manter a concentração e o volume de líquidos corporais, dentro da normalidade. Por outro lado, a ocitocina é responsável pelo estímulo à contração uterina durante o trabalho de parto e pela ejeção do leite em resposta à sucção. Conforme foi visto no conteúdo de introdução ao sistema endócrino, os efeitos fisiológicos serão observados quando o hormônio se ligar aos seus receptores específicos.

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