Residência em Otorrinolaringologia: saiba tudo sobre rotina e salário
A residência em Otorrinolaringologia tem duração de três anos, carga horária de 60 horas semanais e é de acesso direto. Em 2021, foi a quarta especialidade médica mais disputada num dos maiores concursos do Brasil, o SUS-SP. A relação candidato vaga ficou em 23,6. O salário pago ao Otorrino vai de R$ 4.339,67 a R$ 16.106,38, por 20 horas semanais, podendo ultrapassar este valor, dependendo do local de atuação.
A Otorrinolaringologia é a área médica que trata dos problemas relacionados ao ouvido, nariz, boca e garganta. Segundo dados publicados na Demografia Médica de 2020, é a 14ª especialidade mais procurada entre os médicos recém-formados.
A seguir, você vai saber:
Residência em Otorrino com acesso direto
A Residência em Otorrinolaringologia é de acesso direto. Em outras palavras, isso significa que basta ter registro de médico para ingressar em programas de residência médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica/Ministério da Educação (CNMR/MEC).
Como especializar em Otorrinolaringologia
O programa de Residência em Otorrinolaringologia dura cerca de três anos e tem carga horária de 60 horas semanais. Além disso, é possível cursar uma das subespecialidades e se aprimorar na área cirúrgica desejada. Geralmente, essas especializações adicionais podem durar de um a dois anos.
Fazem partes da especialização em Otorrino atividades em ambulatórios, cirurgias, plantões em emergências, atividades acadêmicas e de pesquisa.
Como escolher a instituição
Antes de escolher para qual instituição irá prestar a prova de residência de Otorrinolaringologia, o candidato deve observar algumas questões. É importante, por exemplo, avaliar a estrutura dos ambulatórios, além da presença e conservação de equipamentos fundamentais, como:
- Audiometria
- BERA
- Equipamento de videoendoscopia
- Otoemissões
- Polissonografia
- Vectoeletronistagmografia
Quanto ganha um residente da área?
A partir de 1º de janeiro de 2022, a bolsa paga aos residentes médicos e residentes em área profissional da saúde passou a ser de R$ 4.106,09. A portaria interministerial que garante a ampliação do benefício foi publicada no Diário Oficial da União de 13 de outubro.
Anteriormente, o valor bruto da bolsa de Residência Médica era de R$ 3.330,43 por 60 horas semanais, conforme a publicação da portaria interministerial nº 9 de 2016 (Ministério da Educação e Ministério da Saúde) no D.O.U – Diário Oficial da União.
Há instituições que pagam acima do determinado como forma de estímulo. Apesar de ser permitido, não é comum.
Como é o mercado de trabalho?
De acordo com a Demografia Médica 2020, atualmente existem cerca de 7.186 otorrinolaringologistas no Brasil. Os homens representam 59,8% enquanto as mulheres constituem 40,2% desse universo.
O mercado de trabalho no país é amplo nos estados e municípios, sendo São Paulo a cidade com mais vagas de emprego e contratações para Médico Otorrinolaringologista. De maneira idêntica, a oferta é grande no interior do país.
Assim como em outras especialidades, o Otorrinolaringologista pode trabalhar em clínicas privadas, hospitais públicos ou investir em seu próprio consultório. Além de atender consultas marcadas, é capaz de realizar cirurgias agendadas ou emergenciais.
Qual a média salarial do Otorrino?
De acordo com o site salario.com.br, a média do piso salarial é de R$ 4.673,27, enquanto o teto é de R$ 10.770 para 18 horas semanais. Para 2021, a Federação Nacional de Médicos (Fenam) definiu que o piso salarial dos médicos é de R$ 16.106,38 por jornada de 20 horas semanais. O valor mínimo de consulta na medicina suplementar é de R$ 197,79.
Áreas de atuação
Como já mencionado anteriormente, a Otorrinolaringologia é uma especialidade médica ampla. Para termos uma ideia da dimensão, é ela que estuda três dos cinco sentidos do corpo humano:
- Audição (otologia)
- Paladar (laringologia)
- Olfato (rinologia)
Esta especialista também tem como área de atuação a Medicina do Sono, a Otorrinolaringologia Pediátrica, a Otoneurologia, que engloba patologias do sistema vestibular e a Otorrinolaringologia ocupacional.
Subespecialidades de Otorrino
As opções de subespecialidades na Otorrinolaringologia são muitas:
- Cirurgia Cérvico Facial (doenças da cabeça e pescoço, englobando a tireoide)
- Cirurgia Crâniomaxilofacial (doenças e deformidades do crânio e dos maxilares)
- Cirurgias Plásticas faciais (Rinoplastias estéticas e reconstrutoras e Otoplastias)
- Cirurgia Plástica de Pálpebras (blefaroplastias)
- Laringologia (doenças da laringe e garganta)
- Foniatria (Distúrbios de Comunicação e Aprendizagem)
- Medicina do Sono (distúrbios do sono em geral, ronco e apneia)
- Otologia/Otoneurologia (doenças do ouvido e distúrbios do equilíbrio)
- Otorrinolaringologia Pediátrica (deformidades congênitas e baixa de audição em crianças)
- Otorrinolaringologia ocupacional (doenças relacionadas ao trabalho)
- Rinologia (doenças do nariz e também dos seios da face)
Dia a dia da rotina médica
Por ser uma especialidade clínico-cirúrgica, o residente que escolher trabalhar nesta área terá um rotina diversa. Logo, poderá alterar seus horários de trabalho entre turnos de consultório, cirúrgicos e plantões.
Em sua rotina, este especialista costuma atender muitos pacientes com infecções agudas das vias respiratórias, otites, queixas como obstrução nasal crônica, roncos e perda auditiva.
As principais doenças tratadas pelo Otorrino
São elas:
- Rinite
- Sinusite
- Roncopatia
- Laringite
- Amigdalite
- Desvio do septo nasal
- Distúrbios da deglutição
- Polipose nasal
- Anosmia
- Síndrome de apneia obstrutiva do sono
- Tumores
- Otite
- Faringite
- Surdez
Cirurgias em Otorrinolaringologia
As cirurgias realizadas em Otorrino são:
- Adenoamigdalectomia
- Septoplastia
- Timpanoplastia,
- Rinoplastias estéticas e reconstrutoras (cirurgia no nariz)
- Blefaroplastias (cirurgia plásticas de pálpebras)
- Ritidoplastia (rejuvenescimento facial)
Procedimentos mais comuns
A Otorrinolaringologia envolve os seguintes procedimentos:
- Diagnóstico de vestibulopatias periféricas
- Remoção de cáseo
- Remoção de cerúmen
- Videolaringoscopia
- Videoendoscopia nasal
Atualização: exigência constante
A Otorrinolaringologia é uma das áreas da Medicina que exige dedicação e aprendizado constante. Dessa forma, o médico deve se manter atualizado, buscar novos conhecimentos e se dedicar ao aprendizado das diversas técnicas cirúrgicas empregadas nesta especialidade.
História da Otorrinolaringologia
Embora hoje seja uma especialidade bem moderna, existem relatos otorrinolaringológicos de aproximadamente 1500 a.C. É o caso da Farmacopéia Egípcia, na qual existe um capítulo intitulado: “Medicamentos para o ouvido com audição fraca”, onde são encontrados tratamentos para zumbidos, tonturas e hipoacusia.
A primeira laringectomia total foi realizada em 1873, em Viena, pelo cirurgião Theodor Billroth. A crescente sofisticação e evolução dos endoscópios, combinadas a estroboscópios mais sensíveis têm levado recentemente a um maior entendimento do funcionamento das cordas vocais através da análise da qualidade da voz.
Os médicos egípcios foram os precursores das cirurgias nasais. Eles utilizavam instrumentos para a remoção do cérebro através do nariz como parte do processo de mumificação. Embora Hipócrates já houvesse descrito partes da anatomia nasal, foi somente no século XV que as estruturas nasais foram descritas.
No Brasil também existiram alguns procedimentos e destaques ao longo dos anos. Em 1911, por exemplo, foi fundada, na Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira cátedra de Otorrinolaringologia no Brasil.
Já em 1933, foi iniciada a primeira edição da Revista Otolaryngológica de São Paulo, que posteriormente foi transformada na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia.
A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), foi fundada apenas em 1978.
Distribuição regional das Otorrinolaringologistas
A razão desses especialistas por 100 mil habitantes é de 3,42. A distribuição dos Otorrinolaringologistas nas regiões são: Norte (3,3%), Nordeste (16,8%), Sudeste (54,0%), Sul (17,1%) e Centro-Oeste (8,8%). É o que afirma a Demografia Médica 2020.
Ficha Técnica
- Tempo de formação: 3 anos
- Média Salarial: Entre R$ 4 mil a R$ 16 mil/ 20 horas semanais
- Especialistas na área: 7.186
- Disponibilidade de vagas: Baixa
- Concorrência para Residência Médica: Alta
- Vagas na Residência por Ano: cerca de 215 vagas
- Interação com paciente: Alta
- Acesso: Direto
Distribuição regional:
- Norte: 3,3%
- Nordeste: 16,8%
- Sul: 17,1%
- Sudeste: 54,0%
- Centro-Oeste: 8,8%
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