Como funciona a residência em Clínica Médica
A Residência de Clínica Médica é de acesso direto, ou seja, não exige pré-requisito. Ela tem duração de 2 anos, com carga horária de 60 horas semanais. As atividades são divididas em ambulatoriais, de emergência, hospitalares, rodízios em especialidades, atividades acadêmicas e de pesquisa. São ofertadas em torno de 3.200 vagas/ano de residência para esta especialidade médica. Uma das vantagens é que a Clínica Médica é pré-requisito para todas as subespecialidades clínicas, exceto Dermatologia e Neurologia.
A Clínica Médica é uma especialidade com um amplo campo de atuação. Ao mesmo tempo, é a área com o maior número de especialistas no Brasil. Neste artigo você vai saber com funciona a residência em Clínica Médica.
Dados da pesquisa Perfil do Médico Brasileiro (2018) revelam que 11,2% dos 452,8 mil médicos, ou seja, 42,7 mil, são especialistas em Clínica Médica.
A Residência Médica é o caminho para quem quer ser um profissional desta área. Contudo, muitos estudantes querem a Clínica Médica por ela ser requisito para todas as especialidades clínicas, exceto Dermato e Neurologia. A Clínica médica tem acesso direto. Portanto, o graduado em Medicina pode fazer o concurso tão logo conclua a faculdade.
Já a concorrência por uma das vagas é considerada relativamente baixa, uma vez que são muitas vagas.
São estas as especialidades que a Residência em Clínica Médica é requisito, no caso para ser um Residente R3:
Oncologia: Especialidade que cuida do diagnóstico e tratamento câncer. R3+ 3 anos
Cardiologia: Área dedicada ao diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares circulatório. R3 + 2 anos
Endocrinologia e Metabologia: Especialidade que trabalha com diagnóstico e tratamento de doenças do metabolismo e sistema endócrino. R3 + 2 anos
Gastroenterologia: Especialidade voltada ao diagnóstico e tratamento de doenças do sistema digestivo. R3+ 2 anos
Geriatra : Área que trabalha com diagnóstico e tratamento de doenças ligadas ao envelhecimento. R3+ 2 anos
Pneumologia: Cuida do diagnóstico e tratamento de doenças pulmonares e do sistema respiratório. R3+ 2 anos
Hematologia : Atua no diagnóstico e tratamento de patologias do sangue e órgãos relacionados, como: medula, linfonodos, gânglios e baço. R3+ 2 anos
Nefrologia : Especialidade voltada para o diagnóstico e tratamento de patologias do sistema urinário. R3+2 anos
Nutrologia : Especialidade voltada para o diagnóstico e tratamento de patologias relacionadas à nutrição humana. R3+2 anos
Medicina Intensiva: Atende pacientes em estado crítico de saúde e que necessitam de acompanhamento intensivo. R3+2 anos
Reumatologista: Especialidade que faz o diagnóstico e tratamento de patologias das articulações, ossos, músculos, e às vezes outros órgãos. R3+2 anos
A seguir, você vai saber:
Campo de trabalho amplo para o residente em Clínica Médica
Para o médico que deseja atuar como especialista em Clínica Médica, o campo de trabalho é bastante amplo e seguramente o maior na Medicina, isto levando em conta as subespecialidades.
Antes de entrarmos nos detalhes de como funciona a residência em Clínica Médica é importante saber que o especialista em Clínica Médica pode atuar em ambulatórios e hospitais, públicos e privados, além de montar o seu próprio consultório.
Concursos públicos e outros ambientes de trabalho
O Clínico Geral também pode trabalhar em outros ambientes, como escolas, quartéis da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros etc. Outra opção são os concursos públicos, que, geralmente disponibilizam muitas vagas.
Além disto, há uma tendência pela maior valorização do atendimento médico integral, ou seja, o profissional acompanha o paciente por vários anos. Com isto, ele resolve a maioria de suas demandas de saúde, criando um laço de confiança com o paciente e até mesmo com a família.
Especialidade exige conhecimento diversificado
Para que atenda esta premissa da especialidade, o estudante de Medicina que optar pela residência em Clínica Médica precisa ter um perfil bastante diversificado, Além disto, precisa ter conhecimentos sempre atualizados para um bom diagnóstico.
Ele vai atender o paciente adulto, do final da adolescência até o idoso. Contudo, o Clínico Geral precisa também ter o discernimento de saber a hora certa de encaminhar o paciente a outro especialista, caso necessário. Estes é um dos pontos cruciais de todo o conhecimento que você precisa ter de como funciona a residência em Clínica Médica.
Clínico Geral : dos casos simples aos mais complexos
O Clínico Geral atua em diferentes casos, tendo a atenção básica como sua aliada. Dos casos mais complexos aos mais simples, desde que não requeiram cirurgia, obstetrícia e ginecologia. Normalmente, é do Clínico Geral que o paciente recebe o diagnóstico e inicia o tratamento. Este é um dos principais pontos do funcionamento da residência em Clínica Médica.
Distribuição geográfica impacta na remuneração do Clínico Geral
Embora seja a área médica com maior número de especialistas no Brasil, existe uma distribuição irregular destes profissionais por regiões. Portanto, há um impacto também na remuneração média do profissional.
Os estudos do Perfil do Médico no Brasil (2018) mostram que mais da metade destes profissionais concentram-se na região Sudeste (53%). Depois, vem os Clínicos que atuam no Nordeste (18%), Sul (17%), Centro-Oeste (9%) e Norte (4%)
Parece até contraditório: a residência em Clínica Médica tem o maior número de vagas e é a especialidade com o maior número de profissionais. Porém, a distribuição regional é abruptamente irregular, com uma superconcentração na região Sudeste.
Tanto que programas governamentais incentivam clínicos para o atendimento nas regiões descobertas. Contudo, nem sempre as condições de trabalho são adequadas.
Média salarial varia de R$ 7 mil a R$ 16 mil
Entretanto, voltando à questão de remuneração média de quem faz residência em Clínica Médica, é possível ter um bom salário atuando em qualquer região.
Segundo os sites especializados, o valor do salário do Clínico Geral por 24 horas semanais varia de R$ 7 mil e R$ 16 mil. Há ainda os plantões que pagam em torno de R$ 1.500.
Em regiões onde há demanda maior por este tipo de profissional, os salários podem ser bem maiores. Quanto mais disposto o residente de Clínica Médica estiver para começar sua carreira em cidades do interior, melhor vai ser o seu salário.
Curiosidades da Clínica Médica
Para você que está interessado em saber como funciona a residência em Clínica Médica é importante conhecer um pouco da história e das curiosidades da especialidade médica.
A Clínica Médica nasceu na Ilha de Kós, na Grécia, com Hipócrates, há 2.500 anos. Foi ele que introduziu a anamnese como etapa inicial do exame médico.
A palavra Clínica vem do grego klíne, leito, cama. Médico se dizia Iatrós e Klinikós era o médico que atendia os doentes acamados.
Em 2002, a residência em Clínica Médica se tornou obrigatória como pré-requisito para realização de residência em outras especialidades médicas.
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o médico recém-formado não é um clínico. A Clínica Médica é uma das especialidades com formação por residência médica ou pós-graduação.
Competências na residência em Clínica Médica
Agora que você já domina um pouco sobre como funciona a residência em Clínica Médica, confira as matrizes de competências da residência em Clínica Médica estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC).
Objetivo Geral
Capacitar o médico residente em Medicina Interna para a executar o atendimento clínico, nos âmbitos individual e coletivo, com geração de vínculo na relação interpessoal e de identidade enquanto membro do sistema de saúde.
Realizar o plano diagnóstico e de tratamento para as doenças na sua área de ação, nos cenários de prática ambulatorial e hospitalar, nos diferentes níveis de atenção à saúde, com intervenções de promoção, prevenção e recuperação.
Desenvolver o pensamento crítico e reflexivo ao conhecimento científico pertinente e a sua prática profissional, tornando-o progressivamente autônomo, capaz de praticar a comunicação verbal e não verbal com empatia, comprometido com o seu paciente.
Capaz de dar seguimento à sua educação permanente, buscando manter a sua competência diante do desenvolvimento do conhecimento com profissionalismo, compreensão dos determinantes sociais do processo de saúde e de doença e de exercer a liderança horizontal na equipe interdisciplinar e multiprofissional de saúde.
Objetivos Específicos
Capacitar o médico residente a se tornar especialista em medicina interna com conhecimento e expertise em áreas de abrangência necessárias na avaliação dos agravos clínicos em todos os graus de complexidade na população adulta.
Capacitar o clínico no atendimento ao paciente portador de afecções: infecciosas, degenerativas, hereditárias e/ou apresentando comprometimento de sistemas e aparelhos de natureza variada, visando recuperação da integridade física e mental, bem como prevenção de sequelas.
Primeiro ano da Residência Médica em Clínica Médica
Ao término do segundo ano, o Residente de Clínica Médica deverá dominar a anamnese e exame clínico geral e específico, formular hipóteses diagnósticas, solicitar e interpretar exames complementares e traçar condutas para as afecções mais prevalentes em Medicina Interna
Dominar a propedêutica dos órgãos, sistemas e aparelhos. Os conceitos básicos, fisiopatologia, critérios diagnósticos e princípios fundamentais do tratamento das síndromes e das doenças mais prevalentes e com maior gravidade em Medicina Interna, além de dominar a técnica de solicitação de exames laboratoriais e de imagens.
O residente precisará avaliar, interpretar e compreender:
- os exames laboratoriais
- exames de imagens radiológicos e ultrassonográficos
- eletrocardiogramas e testes ergométricos
- testes de funções respiratórias
- afecções neurológicas agudas
- doenças hematológicas mais frequentes, bem como disfunções de coagulação e sangramentos
- as afecções mentais mais prevalentes.
- o tratamento de pacientes em cuidados paliativos
O residente precisará dominar as seguintes técnicas de atendimento e tratamento:
- acesso venoso periférico e venóclise
- atendimento ambulatorial em atenção primária e secundária
- reposição volêmica e de acesso venoso central com cateteres
- o atendimento de urgência/emergência que mais frequentemente acometem os pacientes
- tratamento de pacientes com quadros de insuficiência ventilatória ou afecções pulmonares mais prevalentes
- manuseio de equipamentos de assistência ventilatória
- dos pacientes em cuidados intensivos.das emergências hipertensivas e suas causas
- do suporte avançado cardiológico
- tratamento de hiper e hipoglicemia
- uso racional de hemocomponentes e hemoderivados
- reanimação cardiorrespiratória e uso de aparelhos
- reposição volêmica e distúrbios do equilíbrio ácido-básico
- implantação da pressão arterial média
- toracocentese e paracentese diagnósticas ou terapêuticas guiadas ou não por ultrassonografia
- nutrição enteral
- introdução de sondas gástricas, enterais, retais, vesical.
- atendimento às síndromes convulsivas
- tratamento das doenças dispépticas agudas e crônicas
- do atendimento ao paciente asmático e portador de doença pulmonar obstrutiva crônica
- paciente portador de polineuropatia
- manejo de vias aéreas e cricotireoidostomia
Pesquisa e trabalhos científicos
Além disto, a Residência de Clínica Médica, no primeiro ano, precisa participar de pesquisa clínica e de produção de trabalhos científicos, manter comportamento de acordo com os preceitos éticos e bioéticos e o bom relacionamento com a equipe de saúde, pacientes e familiares.
Valorizar a importância médica, ética e jurídica do registrar os dados e a evolução do paciente no prontuário de forma clara e concisa, manter atualizado no prontuário os resultados dos exames laboratoriais, radiológicos, histopatológicos, pareceres de outras clínicas chamadas a opinar e quaisquer outras informações pertinentes ao caso;
Realizar a prescrição do plano terapêutico, informado e aceito pelo paciente e/ou seu responsável legal;
Acompanhar o paciente da internação até a alta hospitalar, produzir relatório específico para continuidade terapêutica e seguimento clínico;
Aplicar os conceitos fundamentais da ética médica e os aspectos médico-legais envolvidos no exercício da prática médica;
Obter o consentimento livre e esclarecido do paciente ou familiar em caso de impossibilidade do paciente, após explicação simples, em linguagem apropriada para o entendimento sobre os procedimentos a serem realizados, suas indicações e complicações, salvo em caso de risco iminente de morte.
- Estabelecer relação respeitosa com o preceptor, equipe de trabalho e todos os funcionários do hospital;
- Compreender os mecanismos utilizados para concessão de medicamentos para os pacientes através da assistência farmacêutica em Farmácia de alto custo e/ou medicamento estratégico;
- Analisar os custos da prática médica e utilizá-los em benefício do paciente, mantendo os padrões de excelência;
- Valorizar a relação custo/benefício para as boas práticas na indicação de medicamentos e exames complementares
Segundo ano de Residência em Clínica Médica
Ao término do segundo ano, o Residente de Clínica Médica deverá dominar as seguintes técnicas de atendimento de pacientes nas seguintes situações:
- implantação de marca-passo temporário
- arritmia cardíaca
- dor torácica
- insuficiência cardíaca
- angina ou infarto agudo do miocárdio
- doenças imunes e autoimunes
- diabéticos e os acometidos por afecção endocrinológica
- portadores de doenças reumáticas
Deverá dominar as técnicas de tratamentos de pacientes nas seguintes situações:
- portador de tromboembolismo pulmonar
- pacientes em unidades de cuidados intensivos
- portadores do vírus HIV e demais doenças infecciosas
- doenças granulomatosas e não-granulomatosas
O Clínico Geral também precisa:
- dominar a técnica de nutrição parenteral
- avaliar e compreender as técnicas de tratamento dos pacientes portadores de neoplasias
- compreender e aplicar as normas de biossegurança e de prevenção de infecções relacionadas à assistência a saúde
- analisar a relação custo/benefício para o tratamento das doenças em sua área de atuação, visando selecionar os métodos de investigação diagnóstica adequados e a melhor terapêutica, mantendo sempre a qualidade do atendimento
- dominar a indicação e prescrição de antibióticos, antivirais e antifúngicos
- dominar as técnicas de tratamento dos pacientes portadores de insuficiência renal aguda e crônica
- participar de pesquisa clínica e da produção de trabalhos científicos
- aplicar conhecimentos e habilidades na prevenção da doença e na promoção da saúde
- manejar o suporte para os pacientes e familiares nos casos de medicina paliativa e de terminalidade da vida
- tomar decisões sob condições adversas, com controle emocional e equilíbrio, demonstrando seus conhecimentos e sua liderança no sentido de minimizar eventuais complicações, mantendo consciência de suas limitações
- produzir um trabalho científico, utilizando o método de investigação adequado e apresentá-lo em congresso médico ou publicar em revista científica ou apresentar publicamente em forma de monografia.
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