Residência Médica: provas, especialidades, bolsas e duração
Adeus 6º período da faculdade de Medicina…. Olá Residência Médica!!! Em princípio, esse é o pensamento que a maioria dos estudantes de Medicina tem ao chegar na metade da graduação.
Afinal, faltam apenas três anos de disciplinas teóricas, muita prática e internato.
Por ser tudo novo, é normal as dúvidas surgirem. Por isso, preparamos este artigo completo que vai te ajudar a entender como funcionam as provas de residência e os programas de residência de Medicina.
Vamos lá?
A seguir, você vai saber:
O que é Residência Médica?
A Residência Médica é a etapa da especialização médica, que vem depois da faculdade de Medicina. Ou seja, é um programa de pós-graduação destinado a médicos que já se formaram e querem se especializar.
A Residência Médica é considerada padrão ouro da especialização médica, embora o profissional possa se qualificar através de outros cursos de pós-graduação.
Isso significa que, formado e com CRM, você está pronto para atuar no mercado de trabalho, porém só poderá trabalhar como generalista, o médico mais conhecido por clínico geral (o termo não está correto, porque Clínica Médica também é uma especialização).
Para trabalhar como médico especialista, é essencial ingressar nesse tipo de programa. Esse é um período de aprendizado prático sobre uma especialidade com a supervisão de um médico com alta qualificação da área.
Como funciona uma residência médica?
Passar na prova de residência de medicina é tão concorrido como passar no vestibular de Medicina. Por isso, é preciso pegar firme nos estudos e se preparar com antecedência.
Logo após ser aprovado, o momento é de muito trabalho e expediente longo, com carga horária de 60 horas semanais, incluindo plantões e um dia de folga.
Apesar de não ter vínculo empregatício com o hospital, a rotina é intensa. O objetivo é que o residente vivencie uma série de situações ampliando e, ao mesmo tempo, aprofundando os conhecimentos na área escolhida.
O que os médicos residentes fazem?
Os médicos residentes fazem atendimento em plantões, atendem em emergências e ambulatórios de especialidades, acompanham pacientes internados e substituir médicos da equipe são algumas das atribuições dos residentes.
Mas, como já dito anteriormente, as responsabilidades são as mesmas dos médicos. A única diferença é a supervisão de especialistas.
Quanto recebe um médico residente?
Muita gente fica na dúvida se é preciso pagar taxa para fazer residência médica. Porém, com relação aos gastos, os estudantes podem ficar despreocupados.
Isso porque o MEC paga uma bolsa para cada residente no valor de R$ 4.106,09 por 60 horas semanais, de acordo com a publicação da portaria interministerial nº 9 de 13 de outubro de 2021 (Ministério da Educação e Ministério da Saúde) no D.O.U – Diário Oficial da União.
Há instituições que pagam acima do determinado como forma de estímulo. Apesar de ser permitido, não é comum.
Quando começou a residência médica?
Tudo começou há 120 anos, quando William Halsted criou o primeiro programa de residência médica em 1889, no departamento de Cirurgia da Universidade de John´s Hopkins, situada em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos.
O “estágio” era tão intenso que os novos médicos passavam quase 24 horas por dia à disposição dos procedimentos. Com essa rotina ininterrupta, esses jovens praticamente residiam no hospital. Por isso, o termo residência médica.
No Brasil, o primeiro programa de residência em Medicina foi criado no Serviço de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 1945. Alguns anos depois, em 1948, o Hospital dos Servidores do Rio (IPASE-RJ) abriu diversos programas em Clínica Médica, Pediatria e Cirurgia Geral.
A partir do decreto nº 80.281 estabelecido em de 5 de setembro de 1977, a Residência Médica foi reconhecida amplamente como uma modalidade de pós-graduação, praticamente obrigatória para quem se gradua no curso de Medicina e deseja se especializar.
Quais são as residências médicas mais procuradas?
A área da Residência Médica mais procurada pelos estudantes de medicina é a Clínica Médica. Esta especialidade é pré-requisito para outras como Neurologia, Cardiologia e Gastroenterologia. Por causa dessa alta procura, a Clínica Média representa um total de 11,% dos médicos do Brasil.
Várias especialidades médicas é áreas de atuação exigem pré-requisitos, ou seja, antes de optar por uma área específica ele precisa ter a residência.
No processo seletivo da Unifesp 2023, por exemplo, foram ofertadas 47 vagas em Clínica Médica, com 677 candidatos inscritos, o que representa 14 candidatos por vaga.
Assim como a Clínica Médica, a Pediatria é uma especialidade com cerca de 10% do total de profissionais, mais precisamente 10,3% dos médicos do país. Contudo, cerca de 55% desses profissionais trabalham na região Sudeste, o que mostra uma demanda ainda maior nas demais regiões do Brasil.
Na prova de Residência Médica da USP 2023, por exemplo, foram disponibilizadas 38 vagas para 367 estudantes inscritos, o que representa cerca de 9,7 candidatos por vaga.
8% dos especialistas na área de Ginecologia e Obstetrícia
Além dessas duas especialidades, cerca de 8% dos profissionais da saúde buscam atuar na área da Ginecologia e Obstetrícia. Essa alta procura é explicada pela ampla atuação dos médicos desse setor, que atendem mulheres desde a adolescência até a terceira idade.
No último processo seletivo da Unicamp 2023, por exemplo, foram 432 candidatos inscritos para 13 vagas, o que significa quase 33,2 estudantes por vaga, sendo um dos cursos mais concorridos da última edição da prova da universidade paulista.
Completando a lista com as dez especialidades mais procuradas a gente encontra Anestesiologia (6%), Medicina do Trabalho (4,2%), Ortopedia e Traumatologia (4,1%), Cardiologia (4,1%), Oftalmologia (3,6%) e Radiologia e Diagnósticos por Imagem (3,2%).
Por outro lado, as três menos requisitadas pelos médicos residentes são Cirurgia de Mão (0,2%), Radioterapia (0,2%) e Genética Médica (0,1%).
Para saber mais detalhes sobre as áreas de Residência mais disputadas em todo país, clique aqui e conheça as especialidades em alta nos processos seletivos de 2022.
Quantos anos dura a residência?
A duração dos programas de residência depende da especialidade. Cada especialidade tem um tempo de qualificação. Em média, a duração de uma residência é de 2 anos. Contudo, em alguns casos esse tempo pode chegar a 5 anos, como é o caso da área de Neurocirurgia, uma das mais disputadas do país.
Em relação as três mais procuradas (Clínica Médica, Pediatria e Obstetrícia e Ginecologia) cada uma dura o período de 3 anos até sua conclusão.
Por outro lado, assim como Neurocirurgia, a área de Cirurgia Cardiovascular também é uma das mais longas, com cinco anos de duração.
Como se preparar para a prova de residência médica?
Antes de tudo, é necessário se organizar e planejar para ter a melhor aprendizagem nos estudos. Primeiramente, selecione os editais de Residência Médica de seu interesse e veja como foram as provas nos anos anteriores.
Portando, é fundamental conhecer a relação de especialidades médicas e vagas nas instituições que você deseja ingressar.
Por isso, logo após a primeira etapa, estabeleça uma rotina de estudos, definindo os tópicos que mais precisam ser estudados e conferir as áreas mais cobradas pelas bancas.
Além disso, elabore questões sobre os temas abordados para auxiliar na fixação do conteúdo.
Como ser um bom residente?
Agora que você já sabe de tudo, nada melhor que se inspirar em quem deu os passos certos e hoje é referência profissional.
Portanto, assista ao depoimento do professor do Revisamed e Pneumologista Pediátrico, Henrique Binato.
Em resumo, além de contar toda sua trajetória até a especialização, Binato relembra que chegou a cogitar pelo menos dez especialidades para sua a carreira médica, entre elas a Cardiologia, a Ortopedia e a Radioterapia, porém, foi a Pediatria que preencheu tudo aquilo que ele esperava para sua profissão.
O que são as associações médicos residentes?
Assim como os outros profissionais da saúde, os médicos residentes também contam com associações que representam os interesses dos profissionais em especialização.
Dentre elas destacam-se ANMR (Associação Nacional de Médicos Residentes), AMB (Associação Médica Brasileira), AMERESP (Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo), AREMG (Associação de Apoio a Residência Médica de Minas Gerais) e AMEREJ (Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro).
Onde fazer Residência Médica no Brasil?
Se você está em dúvida sobre qual prova realizar, aqui no Revisamed você tem as informações sobre os principais editais de Residência no país.
Em nosso blog você confere as atualizações sobre os processos seletivos mais disputados do país, como a Residência Médica da USP, Unifesp, UFRGS, Unicamp dentre outros, tanto nas especializações com acesso direto como aquelas que exigem algum pré-requisito.
Além disso, você também pode tirar suas dúvidas sobre os processos seletivos unificados, um dos meios mais procurados pelos estudantes de medicina, como o PSU Minas, PSU Bahia, SUS-SP, SES-PE, Hospital Naval Marcílio Dias e o SES-RJ.