Pandemia gera estresse, mas reforça confiança de pacientes na Medicina, revela pesquisa do CFM

Pandemia gera estresse, mas reforça confiança de pacientes na Medicina

Pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre os reflexos da pandemia na rotina dos médicos que atuam na linha de frente da Covid-19 aponta que a pandemia gera estresse e sobrecarga de trabalho, mas reforça a confiança dos pacientes na Medicina.

De acordo com o levantamento, se por um lado, o “fortalecimento do  elo de confiança e da credibilidade junto aos pacientes e familiares, além do reforço do compromisso individual com a medicina e com a saúde da população. De outro, fadiga, sobrecarga de trabalho e aumento do nível de estresse.

Estes são alguns dos reflexos da pandemia sobre a rotina dos médicos apontados pelo estudo. A pesquisa ofereceu subsídios para campanha do CFM para chamar a atenção dos brasileiros e dos gestores para a necessidade de reconhecimento e valorização dos médicos do País, em especial dos que atuam na linha de frente da covid-19.

“O Brasil conta com mais de 520 mil médicos em condições de atender a população. No entanto, em muitos casos, faltam condições de trabalho e de estímulo que os levem a ocupar mais postos de trabalho dentro da rede pública e em áreas de difícil provimento. Contudo, esse cenário adverso não tem impedido que eles façam sua parte, atuando incansavelmente pela recuperação dos doentes”. Presidente do CFM, Mauro Ribeiro.

Estresse é apontado pela maioria dos médicos com reflexos da pandemia

Mais de 96% dos médicos entrevistados responderam que a pandemia causou impactos na vida pessoal e profissional. Entre estes impactos, estão comprometimento de horas dedicadas a família ou ao lazer e mudança de rotina no consultório e ambulatório. Além disto, a saúde mental do profissional foi afetada. Para 22,9% dos profissionais houve aumento no nível de estresse. Para 14,6% lidar com a doença tão desconhecida gerou sensação de medo e pânico,

Sem tempo para refeições, família, lazer e descanso

Outros dados levantados pelo inquérito proposto pelo CFM sobre os reflexos da pandemia apontou outros impactos negativos, que podem ter consequências no bem estar dessa população, agravando quadros de ansiedade e levar mesmo ao aparecimento da síndrome de Burnout.   Veja os dados:

  • Redução do tempo dedicado às refeições, família e lazer: 14,5%
  • Comprometimento de horas de descanso e da qualidade do sono : 7,6%

Em contrapartida e simultaneamente, médicos revelam que houve um reforço do compromisso com a Medicina e com a saúde da população: Veja os dados.

  • Reforço com Medicina e saúde da população : 13%
  • Fortalecimento da imagem do médico diante da comunidade : 6,2%
  • Melhoria na relação com os pacientes e outros profissionais de saúde: 4,7%
  • Estimulou aproximação com entidades médicas: 3,6%
  • Fortalecimento do elo de confiança estabelecido com pacientes e familiares: 16%
  • Tornou pacientes mais receptivos às recomendações médicas: 12,6

A pesquisa do CFM sobre os reflexos da pandemia apontou outros dados, como o abandono ou postergamento dos pacientes de seus tratamentos.Isso foi o que informou quase um terço dos profissionais consultados. O abandono dos tratamentos ou o não comparecimento às consultas podem estar entre as causas que levaram os entrevistados a fazerem uma relação entre a covid-19 e a rotina nos locais de trabalho.

 Segundo os que responderam ao questionário do CFM sobres os reflexos da pandemia, entre os principais efeitos da crise sanitária há o entendimento majoritário de que a pandemia levou à redução significativa no número de atendimentos diários eletivos, seja por parte daqueles que atuam predominantemente no setor público (37,9%) ou no setor privado (42,8%).

(Referência: Conselho Federal de Medicina)

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